sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Saiba mais sobre o licopeno!

Por Beatriz Christina Luzete

Nos últimos anos, o licopeno tem atraído bastante interesse dos pesquisadores e do público em geral, devido aos benefícios que proporciona à saúde. Essa substância é um potente antioxidante natural e combate os radicais livres que, em excesso, comprometem o bom funcionamento do organismo e aceleram o seu envelhecimento. Essa função antioxidante tem sido muito investigada e estudos demonstraram que dietas ricas em licopeno contribuem na diminuição do risco de doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

O licopeno é um carotenóide que confere a cor vermelha às frutas e vegetais. Ele não é produzido pelo organismo humano, mas pode ser obtido pela dieta alimentar em um número limitado de alimentos como, por exemplo, a melancia, a goiaba, o mamão, a pitanga e o tomate.



Um teor maior de licopeno é encontrado em alimentos produzidos em regiões de climas quentes. Geralmente, quanto mais avermelhado for o alimento, maior será a quantidade de licopeno. As maiores concentrações deste carotenóide costumam estar nas cascas dos frutos. Mas, na goiaba e na melancia, está presente na polpa.
A quantidade média de licopeno, em frutas está descrita na Tabela 1.

Tabela 1 – Composição de Licopeno(µg/g) em alguns frutos brasileiros


Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Carotenóides em alimentos, 2008, p. 52-55, 57-58, 60-62


Uma característica interessante do licopeno é que ele mantém suas propriedades químicas ou medicinais quando concentrado ou cozido. Os níveis de licopeno nos produtos processados são geralmente maiores do que os encontrados em alimentos crus, dado que há concentração do produto no processamento 5. Porém, é bom ressaltar que alimentos como catchup e molhos de tomate industrializados também contêm grande quantidade de sódio e aditivos alimentares. Desse modo, o consumo dos alimentos naturais (o próprio tomate, suco de tomate, molho caseiro de tomate) é preferível a esses industrializados.


Fonte: BRAMLEY, 2000 apud COSTA,2009, p.88.


O cozimento e a presença de gorduras aumentam a absorção do licopeno pelo organismo. O efeito do aquecimento é aumentar sua solubilidade e, consequentemente, sua disponibilidade6. A adição de uma dose moderada de gordura monoinsaturada facilita o transporte, a absorção e a ação do licopeno no organismo. Por isso, recomenda-se acrescentar um fio de azeite de oliva nas preparações à base de tomates3.

Hoje em dia, há a comercialização do licopeno em cápsulas. Porém, o consumo dos alimentos fontes é muito mais saudável. O tomate e as frutas contêm também outros nutrientes necessários ao bem-estar e à saúde do corpo como proteínas, lipídeos, carboidratos, fibras, vitaminas, sais minerais, além de outros antioxidantes que podem ajudar a proteger as células saudáveis dos danos causados pelos radicais livres.

Ainda não há consenso sobre as quantidades mínimas e máximas de licopeno que podem ser ingeridas pela população a fim de oferecer eficácia sem proporcionar riscos.

É importante salientar que nenhum alimento isolado pode ser usado para solucionar problemas de saúde. A vida saudável é conseqüência de uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e a participação em atividades sociais, espirituais e intelectuais. A saúde é, portanto, reflexo de como a pessoa cuida de sua vida, no dia-a-dia.

Referencias Bibliográficas

1 –BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas
Departamento de Conservação da Biodiversidade. Fontes brasileiras de carotenoides: tabela brasileira de composicao de carotenóides em alimentos / Delia B. Rodrigues-Amaya, Mieko Kimura e Jaime Amaya-Farfan [autores]; Lidio Coradin e Vivian Beck Pombo, Organizadores. – Brasilia: MMA/SBF, 2008. Disponível em: <
http://www.thinkmedia.com.br/cban/tabela_carotenoides.pdf> Acesso em: 06/11/09.

2 – COSTA, P.R.F. da; MONTEIRO, A.R.G. Benefícios dos Antioxidantes na Alimentação. Revista Saúde e Pesquisa, v. 2, n. 1, pp. 87-90, jan./abr. 2009. Disponível em: <
http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/saudpesq/article/view/996/727> Acesso em: 05/11/09.

3 – MACHADO, C.X. Tomate: o papel do licopeno na proteção antioxidante. 2005. 13 f. (Monografia da disciplina Estresse Oxidativo em Sistemas Biológicos) - Departamento de Biofísica, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível em: <
http://www.ufrgs.br/LEO/monografiaTomateclaudio.pdf > Acesso em: 30/10/09.

4 – PEREIRA, S. Processamento de tomates (Lycopersicom escullentun Mill), cv. Débora cultivados de forma tradicional e orgânica, para obtenção de extratos. 2007. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia dos Alimentos) - Instituto de Tecnologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Available from: <> Acesso em: 10/11/2009.

5 – SHAMI, N.J.I. E.; MOREIRA, E.A.M. Licopeno como agente antioxidante. Rev. Nutr. [online]. v.17, n.2, pp. 227-236, 2004. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 03/11/09

6 - SILVA, A.M. da; SCHNEIDER, V.C.; PEREIRA, C.A.M. Propriedades químicas e farmacológicas do licopeno. Revista Eletrônica de Farmácia v.6, n.2, pp.36-61, 2009. Disponível em: <
http://200.137.221.132/index.php/REF/article/view/6546/4805> Acesso em: 30/10/09