segunda-feira, 3 de junho de 2013

Álcool x Alterações no Peso

- por Giovana Coêlho

Você sabia que o consumo de bebidas alcoólicas pode estar relacionado com o ganho de peso? E que durante a metabolização do álcool, a oxidação dos lipídios pode favorecer o estoque de gorduras no organismo, preferencialmente na região abdominal?
O consumo de bebidas alcoólicas está relacionado a vários fatores, especialmente aos fatores culturais. Religião, costumes, hábitos e tradições caracterizam a frequência da ingestão dessas bebidas em cada país. Em 2006, a pesquisa VIGITEL avaliou 54.369 indivíduos adultos com o propósito de verificar a quantidade de consumo de álcool entre a população brasileira. O estudo considerou dois padrões de uso: habitual (ingestão de bebida alcoólica nos últimos 30 dias, independentemente da dose) ou abusivo (consumo de 5 ou mais doses para homens e 4 ou mais doses para mulheres em uma ocasião, nos últimos 30 dias).
Como resultado, cerca de 40% dos brasileiros disseram fazer uso habitual de álcool, sendo que 42% desses, o fazem de forma abusiva. O estudo demonstrou ainda que homens consomem mais que as mulheres, tanto no padrão habitual como no abusivo (2 vezes e 3 vezes mais, respectivamente). A bebida mais frequentemente relatada foi a cerveja, seguida pela cachaça e pelo vinho. Observou-se que 18% das pessoas consomem acima de 16,8 g de álcool, o que representa uma contribuição calórica média de 1,2% da dieta.

Utilizado de forma ritual ou social, o álcool é apreciado por diversos fatores, entre eles, seu sabor, encanto, cor, aroma (Santos & Dinham, 2006). Ainda é importante informar que o álcool fornece calorias, por conter uma quantidade significante de açúcar (Gurr, 1996; Jesus et al., 2002).

O metabólito derivado do metabolismo do álcool (acetato), é considerado tóxico para o organismo, e desencadeia uma resposta inflamatória no tecido hepático, que a longo prazo, pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas como cirrose e esteatose hepática. Estudos realizado por Lands, (1993), Suter et al., (1997) e Suter (2005), sugerem que o excesso de álcool pode interferir nas taxas de oxidação lipídica, favorecendo o estoque de gorduras no organismo, que se depositam preferencialmente na área abdominal.
Sabe-se que carboidratos e proteínas fornecem 4 Kcal/g de energia, enquanto lipídios fornecem 9 Kcal/g. Ao se tratar de álcool, para cada grama de etanol metabolizado, são formadas 7,1 Kcal/g, uma fonte energética considerável comparada às demais fontes energéticas citadas anteriormente. Além disso, bebidas alcoólicas são apontadas também como estimuladoras de apetite. Estudo de Yeomans et al. (2003) sugeriu que o álcool estimularia vários sistemas neuroquímicos e periféricos implicados no controle de apetite, inibindo a atuação de hormônios como a leptina, que no metabolismo agem como reguladores do apetite.
As respostas metabólicas ao consumo de bebidas alcoólicas são diferentes para cada indivíduo. Levando em consideração fatores individuais, genéticos e metabólicos de cada um. Sendo assim, é valido lembrar que a ingestão de álcool já é um fator cultural, devendo ser consumido com moderação e, de preferência, em quantidades recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.

A OMS e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos definem como consumo moderado de álcool a ingestão de uma dose/dia para as mulheres e duas doses/dia para os homens. A ingestão de doses diárias acima desse padrão é considerada prejudicial e representa algum risco para a saúde dos indivíduos. Considerou-se como uma dose padronizada: meia garrafa ou 1 lata de cerveja, um cálice de vinho ou 1 dose de bebidas destiladas, como aguardente, whisky e outros.

Referências:

Consumo de bebidas alcoólicas na população adulta brasileira: características sociodemográficas e tendências. Disponível emhttp://www.cisa.org.br/artigo/2589/consumo-bebidas-alcoolicas-na-populacao-adulta.php 

Gurr, M. - Alcohol, health issues related to alcohol consumpt. 2a. ed. Bruxelas: International Life Sciences Institute (ILSE), 1996.
Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis. Brasil, 15 capitais e Distrito Federal 2002–2003.

Jesus, R.P.; Pereira, C.C.A.; Waitzberg, D.L. - Doenças hepáticas. In: Cuppari, L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo, Manole, pp. 289-317, 2002.
Kachani, A.T. et al. - O impacto do consumo alcoólico no ganho de peso / Rev. Psiq. Clín 35, supl 1; 21-24, 2008 
Lands, W.E.M. - A summary of the workshop: alcohol and calories: a matter of balance. J Nutr 123: 1338-1341, 1993. 

Santos, J.I.; Dinham, R. - O essencial em cervejas e destilados. São Paulo, Senac, 2006. 137 p.
Suter, P.M. - Is alcohol consumption a risk factor for weight gain and obesity? Crit Rev Clin Lab Sci 42(3): 197-227, 2005. 
Suter, P.M.; Hasler, E.; Vetter, W. - Effects of alcohol on energy metabolism and body weight regulation: is alcohol a risk factor for obesity? Nutrition Reviews 55(5): 157-171, 1997.
Yeomans, M.R.; Caton, S.; Hetherington, M.M. - Alcohol and food intake. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 6(6): 639-644, 2003.





domingo, 2 de junho de 2013

AMAMENTAÇÃO - Um gesto de Amor e Cuidado


Amamentar é um processo fisiológico e emocional.  O leite é tão completo que é o único alimento que o bebê precisa durante os seus primeiros seis meses de vida. Não precisa nem mesmo de água ou chá. E quer um fato melhor ainda? Amamentar ajuda o corpo da mãe a voltar a seu peso antes da gravidez, é uma proteção contra o câncer de mama e é totalmente de graça.

Mas como um alimento pode ser tão rico?
Desde os primeiros meses de gravidez o corpo materno se prepara para a produção desse alimento. Até mesmo as mães mais fraquinhas conseguem fazer leite de ótima qualidade, exatamente o que o bebê precisa.
Great breast feeding blogO leite varia conforme a mamada. Primeiro ele tem mais água e glicose para matar a sede e a fome do bebê. Depois ele vai se tornando mais gorduroso para fazer com que o bebê tenha reserva de energia, pois está em constante fase de crescimento e desenvolvimento. A gordura também faz com que o bebê fique saciado e largue o peito naturalmente quando estiver satisfeito. É importante que a amamentação seja por livre demanda do bebê, pois quando se estipula os horários de alimentar à criança, a produção do leite pode diminuir.
As vantagens de amamentar uma criança até seus seis meses começam já nas primeiras mamadas. O Colostro, o leite que sai nos primeiros dias, é rico em anticorpos, os quais são muito importantes para evitar que o bebê fique doente. Além disso, o leite possui ácidos graxos, aminoácidos essenciais e vitaminas importantes para o desenvolvimento cerebral. O exercício de sugar proporciona para a criança um desenvolvimento bucal e cognitivo que ajudará até mesmo nas aprendizagens futuras.
Além disso, o aleitamento promove o vínculo mamãe e filho e faz com que a comunicação e o entendimento entre eles sejam mais fáceis. Bebês que são amamentados possuem ainda um menor risco de ter colesterol alto, diabetes, hipertensão e obesidade futuramente.
A ingestão de outros alimentos antes dos seis meses pode causar diarréia e cólicas, pois, com esses alimentos a criança entra em contato com bactérias que não fazem parte do seu intestino. A criança não possui dentes nem enzimas capazes de digerir alguns alimentos como os de base de cereal, o que pode causar alergias.

Referências 

A ilccoy, E. S dauners, C. L dacera, E. M. A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2º ed. Rio de Janeiro: Cultura Cultura Médica: Guanabara GuanabaraKoogan, 2009;

Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da Criança: nutrição infantil:  aleitamento materno e alimentação complementar. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

Carvalho, M. R. Tavares, L. A. M. Amamentação: bases científicas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2010.

Vitolo, M. Nutrição da Gestação ao Envelhecimento. Editora Rubio, 2008;